Depois de dedicar duas décadas de estudo à compreensão do mundo operário no Brasil e outras duas ao que ocorre com os trabalhadores nos países capitalistas do Norte, o professor de sociologia da Universidade Estadual de Campinas, Ricardo Antunes, decidiu que chegara o momento de focar sua pesquisa no continente do labor, a América Latina. "Era hora de procurar compreender o que se passa neste continente que nasceu para servir e trabalhar, mas que sabe também conjugar felicidade com rebelião, sofrimento com liberação, espoliação com revolução", afirma o professor. Em seu novo livro, O continente do labor, o sociólogo oferece um olhar latino-americano ante os dilemas do mundo do trabalho em três frentes principais: a primeira parte reúne textos escritos sobre a temática do trabalho, da dependência, das lutas populares e de outros desafios presentes em nosso continente; a segunda parte oferece um balanço sintético das lutas sociais e sindicais no Brasil do século XX e início do XXI. Já a terceira parte oferece um breve panorama descritivo do sindicalismo latino-americano por meio das suas principais centrais sindicais. "À luz da categoria trabalho, nesta obra são analisados os momentos mais importantes da história do continente, desde a época da conquista sangrenta de cinco séculos atrás até hoje", afirma Renán Vega Cantor, autor da orelha do livro. "Este livro é uma continuação da prolongada preocupação do autor em compreender as características do trabalho, em sua particularidade que articula análise teórica sustentada na melhor tradição marxista existente em várias partes do mundo, por meio do estudo sistemático da realidade concreta de nosso continente". O texto inicial, que dá título ao presente volume, foi escrito originalmente para a premiada enciclopédia Latinoamericana (Boitempo, 2006), neste caso adaptada ao formato de verbete. Agora, em O continente do labor o leitor encontra a versão integral do texto, com seu sentido informativo [...]
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