Este livro trata de uma das subáreas mais importantes da matéria Relações Internacionais, os ESI, sigla para Estudos de Segurança Internacional. Situa o tema desde antes da Segunda Guerra Mundial, mas foca o período posterior, apresentando as transformações das concepções de segurança provocadas pelo conflito e, em seguida, pelo longo período caracterizado pela Guerra Fria. Durante a maior parte dessa trajetória, os ESI continuaram sendo definidos por meio de uma agenda consideravelmente militar. Segundo os autores, somente a partir dos anos 1970, quando as relações entre as superpotências já estavam mais amadurecidas, o termo segurança voltou a seu significado original e a agenda de segurança internacional se estendeu, aos poucos, para além do enfoque político-militar. O conceito-chave dos ESI, assim, migrou de defesa ou guerra para segurança, o que significou uma guinada crucial. Os estudos passaram a abranger um conjunto maior de questões políticas, incluindo a relação entre ameaças e vulnerabilidades militares e não militares. As complexidades decorrentes impuseram novos campos de pesquisa e novas perguntas definidoras do campo contemporâneo de RI, consubstanciadas em questões como: quando implantar, utilizar e não utilizar meios militares no novo contexto geopolítico? Exemplo ainda da complexidade crescente enfrentada pelos estudos da área é atestado pelo fato de a segurança internacional ter se tornado um empreendimento muito mais civil do que fora no período anterior à Grande Guerra, pois bombardeios estratégicos e armas nucleares transcendem a expertise tradicional de combate militar, que passou a envolver também especialistas civis - de físicos e economistas a sociólogos e psicólogos. Atentos a esse panorama multifacetado, Buzan e Hansen estabelecem neste livro um texto clássico, imprescindível para o desenvolvimento desse campo.
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