Os Sertões – Marco Fundamental Nos Estudos Sobre A Formação Brasileira, Ao Lado De Casa-grande E Senzala E Raízes Do Brasil – Foi Escrito A Partir De Um Trabalho Jornalístico Sobre A Rebelião De Canudos, Liderada Por Antonio Conselheiro E Duramente Reprimida Pelo Governo. Baseada Em Teorias Deterministas Em Voga Na época, A Obra Aborda Cientificamente A Influência Do Meio Sobre O Homem, Como Mostra A Própria Estrutura Dos Capítulos: A Terra, O Homem, A Luta. Parte Da Riqueza Do Livro Reside No Fato De Ele Retratar A Mudança De Opinião Do Escritor Que, Movido Por Um Espírito Patriótico E Republicano, Via Com Maus Olhos A Revolta Dos Fanáticos Defensores Da Monarquia, Alinhando-se Ao Restante Da Elite Letrada, Que Considerava A Insurgência Uma Ameaça Ao Desenvolvimento Brasileiro. Enviado Para O Interior Da Bahia Pelo Jornal O Estado De S. Paulo, Euclides Se Defrontou Com A Realidade De Famílias Reunidas Em Torno De Um Líder Messiânico, Cujo Movimento – Crítico Especialmente Da Precariedade Da Região – Estava Na Iminência De Ser Massacrado. A Experiência Foi Transformadora E Teve Como Fruto Um Romance Social Que Se Tornou Uma Das Maiores Obras Da Literatura Brasileira. Dificilmente Classificável Devido à Mescla De Jornalismo, Literatura E Estudo Sociológico, O Livro Adianta Temas-chave Do Modernismo E Tem Como Um De Seus Legados A Incorporação Do Ponto De Vista Local – Nesse Caso, O Do Brasil Profundo –, Por Meio De Uma Linguagem Grandiosa E Repleta De Contrastes. O Sertanejo é, Antes De Tudo, Um Forte Impôs Um Novo Modo De Se Pensar O Brasileiro, E Tornou-se Referência Histórica Incontornável Para As Discussões Sobre Identidade Nacional. Além Do Texto Estabelecido Pela Edição Crítica De Walnice Nogueira Galvão, O Volume Conta Com Uma Extensa Fortuna Crítica, Reprodução De Páginas Das Cadernetas De Campo De Euclides Da Cunha E Um Conjunto De Imagens De Flávio De Barros, único Registro Fotográfico Conhecido Do Conflito.
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