De acordo com este livro, em um certo dia, Georg Lukács resolveu ironizar os filósofos da Escola de Frankfurt, em especial Theodor Adorno. Seu pretenso negativismo em relação ao curso do mundo, sua ânsia em descrever os impasses da razão, assim como os momentos nos quais os regimes de apreensão categorial desabam, isto sem aparentemente fornecer esquemas práticos de engajamento, exasperavam Lukács ao ponto de este afirmar que os frankfurtianos viviam no Grand Hotel Abgrund (Grande Hotel Abismo). Como quem mora em um Grande Hotel belo e melancólico, pois guardião dos últimos resquícios da civilização letrada, mas cuja sacada dá diretamente para um abismo. Lukács, no entanto, não percebeu que acabara por fornecer involuntariamente uma definição da exigência fundamental da filosofia - essa exigência de se confrontar com o caos, confrontar-se com o que aparece a um certo conceito de razão como abismo, e sentir-se bem. Pois esse sentimento nasce da certeza de que as pessoas não devem ter medo de ir onde não encontram mais as luzes projetadas pelas próprias imagens.
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