Que efeitos o oligopólio estrangeiro no mercado brasileiro de livros didáticos acarreta para a educação no país? Esta obra convida o leitor a refletir sobre a questão, enquanto traça um detalhado panorama do mercado, focalizando em especial o período entre 1985, ano da criação do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), e 2012, quando o governo federal investiu R$ 1,3 bilhão no programa. A autora sugere a necessidade de um novo olhar sobre o mercado – vultoso e com demanda garantida. Ela afirma que os livros e manuais escolares, centrais para a educação e a cultura nacionais, terminaram expostos à visão diversa das grandes empresas espanholas e suas agressivas e polpudas campanhas de marketing. Para avaliar o cenário, lança mão de uma análise do mercado doméstico de livros didáticos através de uma perspectiva internacional, uma vez que os atuais players concentram-se em poucas e grandes editoras estrangeiras, não mais num pequeno grupo de empresas nacionais familiares com estratégias comerciais em correlação com esse perfil. Até o fim dos anos 1980, 64 editoras disputavam o PNLD. Atualmente, somente 12 estão no páreo – e as menores continuam perdendo espaço. A autora também procura desvendar o significado do Brasil no mundo globalizado, por meio da indústria cultural, e dimensionar o país à luz da política e da economia do livro didático tanto no contexto europeu quanto no da América Latina. Ela termina por focalizar as relações Brasil-Espanha, buscando entender a entrada das editoras e de empresas espanholas de outros ramos no Brasil no começo do século 21 (a Espanha foi, surpreendentemente, o maior investidor estrangeiro no Brasil entre 1998 e 2002).
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