A presente obra dá conta de como o Património Alimentar do Mundo Lusófono (em especial de Portugal e do Brasil) resulta de uma verdadeira “odisseia” de sabores, pois assenta sobre as viagens (longas, incertas e, o mais das vezes, penosas) de portugueses para terras desconhecidas ou mal conhecidas — desde os tempos iniciais dos descobrimentos (sécs. XV–XVI) até os fluxos migratórios mais recentes (séc. XX). Em sua bagagem, os colonos e os emigrantes carregavam uma série de memórias identitárias (dentre elas, a gustativa). A respeito desses Novos Mundos, criaram uma série de expectativas, sem nunca deixarem de sentir certa nostalgia em relação ao local/cultura de origem.Assim, o livro começa por contemplar estudos sobre as raízes culturais greco-latinas e medievais da alimentação portuguesa, patrimónios alimentares levados do reino para os Novos Mundos. Seguem-se abordagens diversas sobre os encontros multiculturais ocorridos entre portugueses, brasileiros e outras populações. Começa-se com o diálogo estabelecido entre portugueses e africanos (sécs. XV–XVI). Sucedem-se reflexões tanto sobre a integração e acomodações do receituário português na América Portuguesa (sécs. XVI–XVII) como sobre a introdução de produtos das Américas no receituário conventual português da Época Moderna. Reúnem-se, ainda, estudos sobre a história da alimentação no estado do Paraná, o relevo da gastronomia regional na história da alimentação brasileira contemporânea e uma revisitação ao capítulo “Ementa Portuguesa” da História da Alimentação no Brasil, de Câmara Cascudo.
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