Em A dona das chaves, escrito em parceria com a jornalista Anabela Paiva, Julita Lemgruber abre as portas do mundo das cadeias e nos leva às celas, gabinetes e corredores de um sistema prisional marcado por violência, corrupção e atos surpreendentes de coragem e generosidade. Autora de livros que são referência no tema da segurança pública, Julita passou da teoria à prática durante o governo Brizola, no Rio de Janeiro. Foi a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora-geral do Desipe, uma rede de 25 unidades com cerca de 9.200 presos e 2.300 agentes. Relatos marcantes como os esquemas mirabolantes de fugas, greves de fome e ameaças de morte recheiam as páginas do livro. Temas áridos ganharam suavidade nas mãos de Julita, que bolou títulos baseados no linguajar das prisões, como os inusitados “Branca de Neve na penitenciária” e “Fugas Doril: ninguém sabe, ninguém viu”. Os bastidores de diversos episódios que figuraram nas manchetes dos jornais cariocas são revelados. Entre os mais emblemáticos está a explosão de violência no presídio Ary Franco, em 1991, quando 32 presos morreram calcinados devido a um incêndio na cela em que estavam trancados. Com a instalação de uma sindicância, apurou-se a responsabilidade de dois guardas, que foram demitidos, mas absolvidos no inquérito policial, em 2003. Outro acontecimento que mereceu destaque foi o plano do bicheiro Maninho, na época preso, de assaltar a casa de Julita e matá-la. O motivo foi a gestão “linha-dura” da então diretora do Desipe. Ela se empenhou em evitar que os bicheiros tivessem todos os direitos dos outros presos, sem usarem de seus variados recursos para a obtenção de privilégios. A autora conta detalhes desta a&cced
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