A partir da pratica de exterminio de seus inimigos, representada por acoes policiais militarizadas, o estado cria um sistema que legitima a violencia como forma de punicao. No mais novo lancamento da Editora Revan, o livro Indignos de Vida: a forma juridica da politica de exterminio de inimigos na cidade do Rio de Janeiro, o autor Orlando Zaccone faz uma analise da cultura punitiva presente, principalmente, na sociedade carioca. A partir de um trabalho investigativo, embasado na teoria politica de grandes nomes, como Thomas Hobbes, Walter Benjamin, Michel Foucault, Giorgio Agamben, John Locke, entre outros, Zaccone explica a maneira como o poder punitivo sacraliza a punicao e despolitiza as questoes sociais.
Delegado da Policia Civil, mestre em Ciencias Penais e doutor em Ciencia Politica, Zaccone, que tambem e autor de Acionistas do nada (Editora Revan, 2011), obra na qual ele descreveu o processo seletivo das pessoas presas e condenadas pelas condutas descritas como trafico de drogas traz, desta vez, um olhar voltado para a logica do inimigo, reproduzida pela cultura punitiva que, por sua vez, culmina na politica do exterminio. Em Indignos de Vida, fica evidente a pratica exercida nao so por policiais, mas pelas classes dominantes, representadas por promotores e juizes, que legitima juridicamente a cultura do exterminio como o modelo punitivo predominante. Na declaracao que abre o livro, o autor apresenta detalhes sobre essa politica, frisando que a violencia policial, um dos problemas que mais chocam a populacao nos dias de hoje, nao e um mero erro de procedimento de policiais despreparados, mas sim uma politica de Estado que tem apoio de parte da sociedade.
-Punir policiais que sao identificados no abuso do uso da forca, inclusive a letal, nao ira resolver o problema. Muito pelo contrario, punir os policiais e a forma que o Estado tem de nao se comprometer com a sua propria politica, frisa.
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