A Boitempo lança a coletânea Tecnopolíticas da vigilância, organizada por Fernanda Bruno, Bruno Cardoso, Marta Kanashiro, Luciana Guilhon e Lucas Melgaço, livro que contempla os resultados das pesquisas e dos debates promovidos pela Rede Latino-Americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade (Lavits), que opera, desde 2009, como um importante núcleo de reflexão do Sul global sobre as práticas e as instâncias da vigilância. A edição traz ainda textos traduzidos para o português de autores renomados no âmbito internacional das discussões sobre vigilância, entre eles o clássico “Big Other: capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização de informação”, da professora da Harvard Business School Shoshana Zuboff. O livro analisa tanto o desenvolvimento de novas formas de vigilância e controle quanto a experimentação de resistências e subversões que dialogam com elas. O desenvolvimento tecnológico em torno da captação, do processamento, do armazenamento e da correlação de dados produziu novas formas de vigiar e ser vigiado. Desde as câmeras de vigilância, o rastreamento de compras e as operações algorítmicas nas tecnologias digitais até o uso de chips e drones, as teias da vigilância se alastram, tornando-se não somente temidas, mas também banalizadas, naturalizadas e muitas vezes desejadas. A obra está dividida em quatro partes: “Governamentalidade e neoliberalismo”, na qual autores renomados como Rodrigo José Firmino e a já mencionada Shoshana Zuboff discutem as implicações do uso de dados obtidos por máquinas de vigilância na esfera pública; “Cultura da vigilância”, em
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