"Em que consiste a força do romance machadiano da grande fase? Há relação entre a originalidade de sua forma e as situações particulares à sociedade brasileira do século XIX? Que pensar do imenso desnível entre as Memórias póstumas de Brás Cubas e a nossa ficção anterior, incluídas aí as obras do mesmo Machado de Assis?" Estas as perguntas a que Roberto Schwarz procurou responder em Um mestre na periferia do capitalismo, publicado pela primeira vez em 1990. Saem os impasses característicos da ficção inicial de Machado e entra em cena um princípio formal de grande eficácia construtiva - a volubilidade do narrador - projetando as Memórias no horizonte universal das obras-primas. Neste trabalho, de inspiração materialista, o crítico aponta como as liberdades da prosa machadiana da maturidade atendem à formalização das relações de classe, cujo traço dominante é a ideologia ambivalente das elites brasileiras. Um ensaio capital.
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