A austeridade compromete o futuro das próximas gerações, aumenta a desigualdade social e destitui direitos dos cidadãos. Atuando de forma seletiva e sexista, transborda seus efeitos negativos para a saúde dos indivíduos e colabora para a degradação do meio ambiente. Em um país ainda tão desigual como o Brasil, tal opção política compromete o papel redistributivo da política fiscal, ao exigir reformas profundas e cortes drásticos nas despesas públicas. Com a atual estrutura de gastos públicos, o Brasil é o país que mais reduz a desigualdade na América Latina por meio de transferências e outros gastos sociais, compensando uma carga tributária perversa, que contribui para amplificar a desigualdade. Portanto, abrir mão desse instrumento redistributivo é optar por uma sociedade cada vez mais desigual e segregada, com uma população cada vez mais destituída de acesso a direitos sociais básicos”.Com esse trecho da conclusão do livro é possível compreender a importância da análise apresentada por diversos pesquisadores envolvidos no livro que se propuseram a analisar os efeitos da prática de austeridade no Brasil.A ascensão do discurso da austeridade econômica no Brasil parece estar na contramão da história. No resto do mundo, os países estão reconsiderando essas políticas que ganharam notoriedade, desde os anos 1980, com o ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan, e a ex-primeira ministra da Inglaterra, Margaret Thatcher, mas que voltaram com grande força no pós-Crise, em especial, na periferia europeia.No Brasil, ao contrário, com a aprovação da Emenda Constitucional 95/2016, a prática de austeridade foi constitucionalizada e, enquanto não for revista, impõe uma drástica redução dos instrumentos para atacar a desigualdade social nos próximo anos.Economia para poucos traz um diagnóstico essencial para compreender os efeitos cruéis dessas políticas no Brasil.
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