A pertinência do conceito de legitimidade para organizações políticas: perspectivas indígenas e modernas

O Conceito de Legitimidade diz respeito aos discursos que justificam ordens sociais e formas de organização política. Definições mais específicas da legitimidade a associam à aceitação objetiva de estruturas de poder por uma parcela demograficamente significativa de uma população. Mas que tipo de crenças e valores estão por trás das instituições políticas e das sociedades em geral? Ao observar individualidades históricas da América do Sul por meio do olhar profundo de especialistas, esse livro busca refletir sobre o Tahuantinsuyu (também conhecido como Império Inca) e a sociedade Tupinambá em contraste a modelos políticos de estado nacional e governo civil, criados a partir da experiência de secularização política da Europa moderna. Para tanto, observa-se os tipos de legitimidade desenvolvidos por Max Weber (tradicional, racional-legal e carismática) ao contrastá-los às obras sobre o Tahuantinsuyu de autoria da historiadora Susan Ramírez, e dos estudos históricos estruturados a partir de perspectivas sociológicas e antropológicas do cientista social Florestan Fernandes. Por um caminho multidisciplinar, esse livro buscar contribuir para a ampliação da teoria política e de seus conceitos modernos ao desafiá-los com experiências históricas concretas de sociedades nativas das Américas.