No volume 2 de Processos de constituição e reprodução do campesinato no Brasil -- Formas dirigidas de constituição do campesinato demonstramos a importância da constituição do campesinato brasileiro com base em intervenções de agentes dominantes, empresários e titulares da instituição estatal, a fim de criarem condições à ocupação populacional do território nacional, transformar matas nativas em áreas agricultáveis ou expandir fronteiras produtivas e manifestações da presença institucional do Estado. Essas intervenções, todavia, foram incorporadas pelos trabalhadores que almejaram alcançar a posição socioeconômica reconhecida como parte do campesinato: ora por revoltas e lutas abertas; ora por processos de organização familiar e vicinal e deslocamentos físicos de posseiros. Comungando da mesma ideologia da legitimidade da ocupação por posse produtiva dos espaços vazios, terras devolutas, terras sem dono e terras do Estado, trabalhadores rurais identificados como camponeses se constituíram pela valorização dos citados deslocamentos físicos e sociais: quer na condição de proprietários, quer na de parceiros e arrendatários; mas, na maior parte das vezes e da escala temporal, pelo instituto da posse legitimada pelo trabalho.
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