Este livro se insere em uma tradição crítica às teorias de vantagens comparativas que apontam o livre comércio como gerador de maior bem-estar para todos os países que se engajam em trocas internacionais. Mesmo sem tomar como base uma teoria do valor-trabalho ou a teoria de deterioração dos termos de troca à la prebisch, há evidências de que os recursos naturais e os danos ambientais têm sido distribuídos internacionalmente de forma desigual por meio do comércio. E, no período recente, ao longo do boom das commodities, esse intercâmbio ecologicamente desigual norte-sul não teria sofrido alterações substanciais, como mostra beatriz saes. Ainda que a crescente fragmentação internacional da produção tenha deslocado as etapas produtivas material-intensivas para regiões e países menos desenvolvidos, as economias que se especializaram em atividades intangíveis (pesquisa, desenho, marketing etc.), capturando maior parcela de valor adicionado das cadeias produtivas, puderam manter um padrão de consumo elevado com base em estoques materiais “ocultos” em outros países.
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